Com sua beleza exótica destacada pela crista ereta, a Calopsita ornamenta o ambiente onde está. Torna-se ainda mais atraente por seu tamanho médio, de cerca de 30 cm, e grande variedade de cores. Permite compor viveiros com diversidade de espécies, uma característica restrita à minoria das aves, aceitando com o seu temperamento pacífico também o convívio com pássaros de menor porte. As qualidades vão além. Não incomoda a vizinhança por não ser barulhenta e pode nos trazer alegrias adicionais, aprendendo a falar e assobiar. É ainda fácil de criar, pois come pouco, reproduz-se com facilidade e não é destruidora, além de viver bastante, em média 20 anos.
Originária da Austrália, é um psitacídeo da família das Cacatuas. Na natureza alimenta-se de sementes, além de frutos e insetos. Diferentemente dos outros psitacídeos que preferem o topo das árvores, costuma alimentar-se no chão. Na natureza reproduz-se nas épocas das chuvas, quando os alimentos são mais abundantes. Em cativeiro, a reprodução ocorre o ano todo. Faz seu ninho em buracos já existentes nas árvores, geralmente em eucaliptos próximos à água.
As inúmeras cores existentes hoje são decorrentes da fixação de mutações feitas pelos criadores, diversas surgidas nos últimos 15 anos, algumas muito recentes e difíceis de encontrar nas lojas (veja ficha). A variedade original, encontrada na natureza, tem o corpo cinza com as bordas das asas brancas. A crista do macho é amarela sobre uma cabeça amarela e, na fêmea, cinza amarelado com a cabeça cinza. Ambos têm as "bochechas" formadas por uma mancha vermelha, circular, em cada lateral da cara, de tom mais suave na fêmea. A cauda é totalmente negra no macho e na fêmea intercala negro com amarelo na parte de baixo.
Descrita cientificamente pela primeira vez em 1792, a Calopsita começou a fazer parte dos aviários europeus apenas em 1884 e teve maior expansão a partir de 1949 com o surgimento da primeira mutação, a arlequim, na Califórnia.
FICHA
Cores: As mais comuns são Arlequim - parte das penas em cinza e amarelo claro, cabeça amarelo forte, bochechas vermelhas e crista amarela; Canela - cor cinza substituída pelo marrom; Pérola - faces amarelas salpicadas de cinza, crista amarela riscada de cinza, penas das costas do branco ao amarelo, cauda amarela e peito e barriga listrados de amarelo e cinza; Lutino - cor predominante branco com olhos e bochechas vermelhas e crista e cabeça amarelos; Cara Branca - macho com cabeça branca, crista cinza e bordas das asas brancas e fêmea com corpo cinza, bordas das asas brancas e face interior da cauda com estrias pretas e brancas; Fulvo - olhos vermelhos, corpo canela pálido com difusão de amarelo suave e face amarelo forte; e as mais raras Prata Recessivo - olhos vermelhos e corpo prateado e Prata Dominante - olhos pretos, face e crista amarelos forte e bochechas vermelhas.
Alimentação: composto de 20% de alpiste, 50% de painço, 15% de arroz com casca, 10% de aveia e 5% de girassol (diariamente); ração para cães (2 a 3 vezes por semana); frutas e legumes em pedaços e verduras como espinafre, chicória, almeirão e couve, bem lavados (2 a 3 vezes por semana); milho verde (diariamente ou em dias alternados - obrigatoriamente todos os dias quando houver filhotes), grãos germinados de girassol, milho seco, painço, aveia com casca, trigo e arroz sem casca, pão duro, seco e em pedaços de preferência o integral. Areia grossa e lavada e farinha de ostras para ajudar na digestão e como fonte de cálcio (principalmente na reprodução): carvão vegetal em pedaços ou moído e adicionado à areia e à farinha de ostras; osso de siba.
Instalações: gaiolões de 1x0,4x0,5m para 1 casal com ninho de madeira do lado de fora (caixa horizontal com 20x20 cm de frente com entrada redonda e 35 cm de comprimento) e 2 poleiros de diâmetros diferentes, variando de 1,5 a 2,5cm, instalado em quarto ou galpão ventilado, sem correntes de ar, recebendo o sol da manhã. Viveiros de 3x1x2m para 1 casal de 4x3x2 m para os filhotes, de alvenaria de tijolos de barro rebocados, blocos de cimento revestidos de argamassa ou placas de cimento, com cobertura de telhas de cerâmica em 1/3 do viveiro, protegendo os comedouros e ninho, tela galvanizada de cerca de 1/2polegada e fio 18 e piso de concreto com escoamento para água. Dois poleiros de madeira, vasilhas de barro ou louça e uma para tomar banho. Localização protegida de ventos frios (sul) por paredes, quebra-ventos, cercas vivas etc e de forma a receber o sol da manhã.
Reprodução: a partir de 12 meses. Identificação por dimorfismo sexual. Postura de 4 a 7 ovos com incubação de 17 a 22 dias. Separar filhotes dos pais com 8 semanas. Reproduz o ano inteiro, mas aconselha-se tirar apenas 2 ou 3 ninhadas por ano (para findar a reprodução basta retirar o ninho).
Ensinando a falar e assobiar: alimentar na mão desde filhote, criar sozinha, exercitar diariamente com muita paciência.